MULHERES ESCRITORAS

Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração

 

Ficha de autora
Noémia de Sousa
https://www.jornaldenegocios.pt/weekend/detalhe/noemia-de-sousa-a-hora-de-cantar
Noémia de Sousa
Vera Micaia
Poeta, tradutora e jornalista

1969 – Canonizada pela revista Mozambique Revolution, órgão da FRELIMO.

Andrade, M. de (Ed.). (1958). La poésie africaine d’expression portugaise. Pierre Jean Oswald.


Andrade, M. de (Ed.). (1969). La poésie africaine d’expression portugaise. Éditions Pierre Jean Oswald.


Saúte, N. (2004). Nunca mais é sabado: Antologia de poesia moçambicana. Dom Quixote 

Juntou-se à Associação Africana – formada pelo Grémio Africano – que lhe permitiu o contacto com o Centro dos Negros, uma organização cultural onde veio a conhecer o fundador da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Eduardo Mondlane.

Chegou a ser presa pela Polícia Internacional e Defesa do Estado (PIDE) quando intercetaram correspondência entre si e Ricardo Rangel. Aquando da sua ligação à Casa dos Estudantes do Império (CEI), conheceu Amílcar Cabral e Agostinho Neto. Assegurou o secretariado do Centro de Estudos Africanos (CEA) que funcionava na casa de uma tia deAlda Espírito Santo, a Casa da Tia Andreza. É neste contexto que conhece, entre outros, Maria Helena Vilhena Rodrigues e Rute Neto.

Alfieiri, N. (2020, janeiro 1). Noémia de Sousa, ou ser “África da cabeça aos pés” em tempos de colonização. Journal of Lusophone Studies, 219–233.


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Laban, M. (1998b). «A Noémia, para mim, foi um deslumbramento». Em Moçambique: Encontro com escritores: Vol. II (p. 530). Fundação Eng. António de Almeida.


Laban, M. (1998c). A poesia «aberta, dilacerada, atacante» de Noémia de Sousa Craveirinha. «Eu analiso, e até sofro, e aviso, mas sem gritar.» Em Moçambique: Encontro com escritores (p. 171). Fundação Eng. António de Almeida.


Laban, M. (1998d). Com a Noémia de Sousa, Dolores e Ricardo Rangel: Manifesto para a independência de Moçambique. Em Moçambique: Encontro com escritores (pp. 95–96). Fundação Eng. António de Almeida.

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Após o falecimento do seu pai e por dificuldades financeiras foi obrigada, aos 16 anos, a trabalhar enquanto continuava os seus estudos no curso pós-laboral de Comércio na Escola Técnica de Lourenço Marques. Escreveu os seus primeiros poemas para o jornal da escola nos quais assinava N.S. Escreveu poesia para revistas e jornais, tais como: Brado Africano; Itinerário; Notícias do Bloqueio; Mensagem (CEI); e Mshao. A escritora teria recusado com frequência a publicação dos seus poemas em livro por considerar que não seriam acessíveis ao povo moçambicano.

Entre 1949 e 1951 assinou poemas como Vera Micaia na Página da Mulher, secção do jornal Brado Africano. Deixou de colaborar com esse jornal em 1951 aquando da sua ida para Portugal. Devido à sua poesia revolucionária, à sua militância no Movimento de Unidade Democrática (MUD) juvenil e à sua amizade com João Mendes – seu camarada do MUD – viveu no exílio em Lisboa até 1964 até se juntar ao seu cônjuge em Françaem 1973. Durante o exílio estabeleceu contactos com o CEA e a Casa da Tia Andreza.

Trabalhou para a Agência Lusa e Reuters.

A sua obra foi incluída em muitos manuais de formação de combatentes da FRELIMO.

Feroz lutadora contra a opressão estabelecida aos seus conterrâneos, regressou a Moçambique em 1975 e afirmou “Nunca pensei que alguma vez visse um negro andar na minha terra com ar de que a terra lhe pertence” (Sousa, “Entrevista” 149).”

Ficou conhecida como a mãe dos poetas moçambicanos, nomenclatura usada por Zeca Afonso aquando das celebrações do 25 de abril de 1974.

Elementos Biográficos
Noémia Carolina Abranches de Sousa Soares
20 de setembro de 1926
Katembe, Moçambique
4 de dezembro de 2002
Cascais
Dados de Inventário

Identificação dos inventariantes

Mariana Branco
Mariana Branco, sob revisão científica de Ana Paula Ferreira
Bases de dados

Investigadora Responsável: Teresa de Sousa Almeida (https://orcid.org/0000-0001-6758-1565)

O projeto Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração visa integrar no património literário a escrita realizada por mulheres, promovendo o conhecimento, a desocultação e a difusão de escritoras que publicaram entre 1926 e 1974, assim como das suas obras, uma vez que, mesmo no que diz respeito ao século XX, o cânone da literatura portuguesa é essencialmente masculino.

Como citar: Almeida, Teresa de Sousa (Coord.). [2019]. Projeto "Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração".

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O IELT é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito dos projetos UIDB/00657/2020 com o identificador DOI https://doi.org/10.54499/UIDB/00657/2020 e UIDP/00657/2020 com o identificador DOI https://doi.org/10.54499/UIDP/00657/2020.