Mulheres escritoras
Ficha de autora
Pertenceu ao Conselho Nacional de Mulheres Portuguesas, a convite de Maria Lamas.
Em Ponta Delgada, organizava salões literários e acolhia, em sua casa, os exilados do reviralho.
Em Lisboa, organizava tertúlias, onde participava Maria Lamas e outros elementos da intelectualidade lisboeta. Também o etnógrafo Cardoso Mata, o poeta Campos de Figueiredo e a jornalista Maria Armanda Falcão frequentavam a sua casa.
No espólio de Natália Correia (BN) encontra-se alguma correspondência entre ela e a mãe.
Magalhães, M.G (2006) Natália Correia: Escritos autobiográficos edição e estudo - volume I. (Dissertação de mestrado FCSH/UNL - texto policopiado).
Anuário artístico e literário de Portugal (1948), p. 254.
Lapa, A. & Vidigal, M. T. (Compil.) (1980). Dicionário de pseudónimos. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.
Tinha o curso do magistério primário.
As fontes apontam para que tenha sido uma mulher muito culta e de espírito independente. Natália Correia refere a importância da mãe na sua educação estética e no seu crescimento intelectual.
Teria outro livro em preparação Casa de Hóspedes (anunciado em Plano inclinado). Também em carta a Natália anuncia que escreveu novo romance Diário de uma corcunda que estava a ser lido por um editor no Brasil. Não se encontra rasto de nenhum destes dois romances anunciados.
Publicou artigos de opinião em jornais e revistas no Brasil (não foi possível localizá-los).
Elementos Biográficos
Mãe de Natália Correia.
As fontes divergem sobre a data de nascimento: 1890 ou 1896.
Também a data da morte não é absolutamente fiável. No espólio de Natália Correia (BN), encontra-se uma carta de António Quadros (R.1686), datada de 20 de Julho de 1969, onde, aparentemente, ele dá as condolências a Natália pela morte da mãe.
Maria José divorcia-se do marido que, entretanto, abandonara a família, facto ilustrativo da personalidade da autora, numa época e local onde tal acto não seria comum.
Em 1934 mudou-se de Ponta Delgada para Lisboa, com as duas filhas.
Em Lisboa, foi professora na escola nº 23, da 10ª zona escolar, em Campo de Ourique. Posteriormente, em 1938, criou e dirigiu o colégio Lusitano. Em 1947, dirigiu uma escola em Campolide.
Em 1951 partiu com a filha mais velha Carmen (irmã de Natália Correia e também autora de poesia) para o Brasil, onde tinha familiares.
Consta no arquivo da PIDE/DGS (1948, doc. 224) por fazer propaganda ostensiva contra o Estado Novo.
Dados de Inventário
Identificação dos inventariantes
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